A iniciativa de uma empresa do Chaco que conseguiu impulsionar a agricultura em Formosa com irrigação.
Então, começaram a estabelecer uma fazenda, a Agrocotton, onde planejavam desenvolvê-la como um campo para agricultura com irrigação suplementar, disseram Hector e Marcelo Linke ao Agroperfiles.
A fonte de água para essa irrigação vinha inicialmente do reservatório Laguna Yema, um reservatório com mais de 14.000 hectares abastecido com água da chuva trazida pelo Riacho Teuquito de uma grande bacia no noroeste de Formosa.
A FALTA DE CHUVA
No entanto, a falta de chuva fez com que a lagoa perdesse gradualmente o nível da água, impossibilitando a irrigação das plantações.
Como a lagoa é um reservatório do Riacho Teuquito, que corre paralelo ao Rio Bermejo, chegando a 6 quilômetros de extensão em um local chamado Aibal Silencio, o Governo da Província de Formosa construiu um canal para bombear água do Rio Bermejo para o reservatório, permitindo a irrigação sem utilizar a água da lagoa, o que afetaria o ecossistema aquático presente nesta região semiárida da província.
UM GRANDE INVESTIMENTO
O investimento do Governo de Formosa para levar eletricidade ao Rio Bermejo foi fundamental. Mais de 80 quilômetros de rede elétrica foram necessários para instalar uma estação de bombeamento no rio, permitindo a irrigação a preços acessíveis.
Em relação à sua localização geográfica, a Agrocotton está localizada a 17 quilômetros do Trópico de Capricórnio, praticamente na altitude de São Paulo, Brasil.
A VISÃO AGRONÔMICA
Do ponto de vista agronômico, a Agrocotton está localizada em uma área com excelentes condições para a agricultura irrigada.
"Guillermo Linke é o pai dessa filosofia, e seus filhos, Héctor e Marcelo Linke, os desenvolvedores, agora podem demonstrar esse exemplo do norte da Argentina para todo o país", afirma o engenheiro Miguel Kolar, consultor técnico da empresa.
COMO É A REGIÃO
A região é caracterizada por excelente insolação durante todo o ano e baixíssimas taxas de geada, permitindo a produção de duas safras de verão por ano.
A rotação envolve o plantio do milho no final de julho e início de agosto, que será colhido em janeiro, e o plantio da soja para colheita em junho, sem grandes riscos de geada.
A sequência de soja de primavera e milho ou algodão em janeiro também completa perfeitamente os ciclos das culturas.
Em outras regiões do país onde há irrigação, é possível cultivar uma safra de inverno e uma de verão, mas aqui, como no Brasil, é possível colher duas safras principais por ano.
A ÁREA CHOVE 750 MM ANUALMENTE
A região tem uma média de 750 mm de precipitação anual, mas os altos níveis de luz solar e as altas temperaturas fazem com que a demanda por água para as culturas exceda a precipitação, dificultando a produção em sequeiro. É por isso que a parte ocidental da província de Formosa se dedica à pecuária.
A empresa possui atualmente 1.440 hectares irrigados e 5.560 hectares de agricultura em sequeiro, totalizando 7.100 hectares de terras agrícolas nesta fazenda.
O sistema de irrigação utilizado é um sistema de aspersão com equipamentos de avanço que irrigam 720 hectares cada.
Atualmente, há dois equipamentos instalados, mas os canais e toda a sistematização necessária para instalar mais seis equipamentos do mesmo tamanho já estão instalados, permitindo a irrigação de 5.760 hectares.
LONGE DO PORTO
O maior ponto fraco da área é a distância até o porto de Rosário. Estamos a 1.200 km de distância, o que aumenta os custos de frete. Por isso, o algodão será uma cultura estratégica no plano de produção da Agrocotton, que conta com uma descaroçadora instalada no campo para processar a matéria-prima na origem, deixando o caroço de algodão como suplemento proteico para o gado da região.
Além do algodão, a empresa está testando diferentes culturas. O cártamo está apresentando resultados muito bons em condições de sequeiro. Também testamos o gergelim, uma cultura que tolera altas temperaturas e requer pouca água.
PODE PRODUZIR 14.200 HECTARES
A Agrocotton tem potencial para produzir 14.200 hectares de diferentes culturas por ano em seus 7.100 hectares de terras agrícolas.
A empresa possui todo o potencial produtivo do Brasil, que, com a colheita da primavera e a colheita do verão/outono, alcança duas safras anuais de grãos secundários e algodão, tornando-se o maior produtor mundial de soja. Agora, com a irrigação, temos o mesmo potencial.










