Inovação no Chaco: Algodon XL promete impulsionar a indústria têxtil nacional.
A província do Chaco está à beira de um salto tecnológico na produção de algodão com o desenvolvimento de uma variedade de fibra extralonga, comparável em qualidade ao prestigiado algodão peruano. Este avanço, resultado de quatro anos de trabalho colaborativo entre produtores, empresas privadas e o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), promete revolucionar a indústria têxtil nacional e abrir novas oportunidades nos mercados internacionais.
Héctor Linke, presidente da Associação Argentina de Produtores de Algodão, explicou em entrevista à Rádio Nordeste: "É a criação de uma fibra de alta qualidade. Para que as pessoas entendam, estamos falando de algodão de fibra extralonga, uma fibra de alta qualidade, muito semelhante ao famoso algodão peruano, que permite produzir roupas de altíssima qualidade."
O projeto, que já deu seus primeiros frutos, busca posicionar o algodão do Chaco entre os melhores do mundo. "Queremos buscar novos horizontes e mercados. Por que não pensar em ter um algodão muito bom ou competir com o algodão Pima ou peruano nesses níveis?", afirmou Linke.
Uma das vantagens dessa nova variedade é sua adaptabilidade aos processos de produção existentes. Segundo Linke, "é praticamente igual à outra; é colhido e desfiado da mesma forma". Ele também enfatizou que "será um pouco mais econômico e com a mesma qualidade" em comparação com o algodão peruano, o que pode se traduzir em melhores retornos para os produtores.
O desenvolvimento desse algodão de fibra extralonga representa um avanço não apenas em qualidade, mas também em sustentabilidade. Linke mencionou que estão trabalhando em "certificações e medições da pegada de carbono, que eventualmente incorporaremos ao algodão Chaco e o caracterizaremos como um dos melhores algodões do mundo".
A primeira colheita já foi realizada e os primeiros tecidos estão em processo de produção. "Já foi colhido, os dois primeiros fardos foram feitos, onde pudemos organizar os primeiros tecidos, e agora as peças serão confeccionadas", relatou Linke, acrescentando que "será uma peça de roupa em muito pouco tempo".
Essa conquista é resultado de um esforço conjunto entre os setores público e privado. Linke destacou particularmente o trabalho do INTA: "Os técnicos do INTA fizeram um trabalho maravilhoso. O que eles alcançaram é verdadeiramente extraordinário."
O projeto não representa apenas um avanço tecnológico, mas também um estímulo para todo o setor agrícola. "Os produtores nunca desistem; eles tentam lutar contra a corrente e se aprimorar", disse Linke, destacando a resiliência dos agricultores diante dos desafios climáticos e econômicos.
Olhando para o futuro, o objetivo é expandir a produção. "Agora precisamos alcançar o desenvolvimento em grandes quantidades. Precisamos convencer os produtores; precisamos começar a trabalhar nisso", observou Linke.
Este desenvolvimento promete não apenas melhorar a qualidade do algodão do Chaco, mas também fortalecer a indústria têxtil nacional e abrir novas oportunidades de exportação, consolidando o Chaco como líder mundial na produção de algodão de alta qualidade.










